quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Winter

“Porque a neve não tem cor?”
Quando criança, perguntei-me a cor da neve. Olhava aquele chão imaculado e pensava que cor seria aquela, ignorando que de fato, a neve era e sempre seria branca.
Perguntei para aos adultos qual a cor da neve e eles me responderam entre risos que era branca. Aquela resposta não me satisfazia, branco não era uma cor para mim. Onde estava o brilho do azul e a alegria do amarelo? Onde estava o calor que se escondia no laranja? Não havia nada disso no branco. O branco não era cor. A neve não tinha cor.
.x.
Mais tarde descobri na aula de artes, que o branco era a junção de todas as cores. Portanto, na neve haveria todas as outras cores, certo? Certo.
Porque quando se nevava, não tinha escola. As crianças – e eu também, porque eu era uma criança! – podiam sair para brincar e por isso, ficavam alegres. Ali estava o amarelo.
E quando olhava pela janela de manhãzinha, eu via a neve brilhar com os raios do sol. Ali estava o azul.
E quando a neve gélida vinha de encontro à nossa pele, ela queimava. Queimava como brasa e doía. Estava ali o calor do laranja.
.x.
Houve uma vez, em que um homem grande bateu á nossa porta. Não gostei dele, porque foi mau com papai. Veio perguntar algo sobre dinheiro e dívidas, naquela época, eu nada entendia. Mamãe chorou e me escondeu quando o homem sacou uma arma. Ele a apontou para papai e puxou o gatilho. Então, eu vi que a neve era vermelha.
.x.
Já crescido, conheci uma pessoa e ao lado dela, vivi momentos felizes. No verão e no outono, principalmente na primavera. Mas também no inverno. Quando a neve branca – e colorida! – cobria tudo aos meus pés. E nessa época, a neve era rosa. Como o amor.
.x.
Hoje, já tenho idade. Estou morrendo. Lá fora, cai a neve que me mostrou tantas cores. Acho que nunca outra pessoa conseguiu enxergar tanto – e ao mesmo tempo, tão pouco – em uma simples junção de água congelada. Não na arte delicada dos flocos, mas em todo aquele branco que purificava as ruas. Hoje, olho o inverno e vejo um quadro colorido. No qual me inspirei para pintar minha vida. E agora, fecho os olhos. Não consigo respirar. E a neve, antes tão alegre e colorida, como um carnaval, torna-se preta. Preta como o fim. E mesmo assim... linda.

Daydreaming

Dante havia prometido que se um dia voltasse a sonhar, haveria de sonhar vezes e mais vezes com olhos castanhos por trás de lentes grossas. E havia prometido também que em seus sonhos discussões terminariam em beijos atrás da Arena do Acampamento.
Se ele ainda pudesse sonhar, fecharia os olhos para os sorrisos dela para Ethan, passaria as noites pensando em como seria enrolar os dedos naqueles fios ruivos e odiaria cada nascer do sol.
E se ele ainda pudesse sonhar, sonharia não com ela em si, mas com o que sentia e com cada momento que passaram - fossem reais ou não. E ele se prometia que acima de tudo, não a esqueceria, nem quando já fosse de manhã.

N/A: Lembram daquela fanfic? Daquela fanfic com Percy Jackson? Lembram da história? E também lembram da Morgana? Do Dante? Eu lembro.
Para ela.